segunda-feira, 21 de novembro de 2011

I Jornada Questão Agrária e Desenvolvimento (16, 17 e 18/11/11)


A I Jornada Questão Agrária e Desenvolvimento contou com a presença de palestrantes de diversas áreas e saberes, dando à temática do encontro diferentes perspectivas de uma mesma problemática. Profissionais, graduandos, mestrandos, doutorandos e professores reuniram-se para a discussão de aspectos do contexto rural, abrangendo conceitos e estudos multidisciplinares: Ciências Sociais, Agronomia, Agroecologia, Engenharia Ambiental, Zootecnia, Nutrição, História, Geografia, Pedagogia, Gestão Ambiental e Assistência Social. Contou também com a presença de representantes de movimentos sociais, como indígenas, quilombolas, faxinalenses e trabalhadores rurais sem terra. O fato de ter ocorrido na Lapa, no Assentamento do Contestado, deu um caráter integrativo ao evento, pois a realidade que foi discutida estava presente o tempo todo, sendo muito produtiva a troca de experiências entre os  visitantes e os assentados, os quais apresentaram as instalações do assentamento, suas casas, cultivos, criações e métodos sustentáveis de produção e modo de vida.

 Os trabalhos apresentados no GT de SAN e Agroecologia mostraram a abrangência do conceito de SAN, pois profissionais de diversas áreas contextualizaram a SAN em seus estudos. 

1° trabalho apresentado: 

Abordou a agroecologia relacionada com a construção de mecanismos alternativos de mercado, propondo, através da construção social dos mesmos, um reequilíbrio de poderes. Leva em consideração o diálogo de saberes populares e sua multidimensionalidade, unindo conceitos de organização comunitária, banco de sementes e novas tecnologias de produção pela agroecologia. Quanto à comercialização dos produtos (citando a Rede Ecovida como integrante), busca-se o acesso de toda a população a preços justos, formas que priorizem a venda direta, valorização do mercado interno e aproximação entre consumidor e agricultor, reconstruindo a sociabilidade e racionalidade socioeconomica. Como resultados da pesquisa, após o inserção da agroceologia, dados apontaram aumento de mercados acessados, produtos comercializados, frequência de pagamentos - relatado por agricultores como um grande ponto positivo -, e porcentagem de produção para associação/cooperativa local, além da abrangência no cultivo de novos produtos, resultados que ofereceram maior autonomia e renda aos agricultores.

2° trabalho apresentado:

Teve como tema o papel das feiras na diversificação de produção de agricultores de base ecológica,  inserido no projeto de extensão que ficou conhecido como Projeto Feiras. Como contextualização, falou-se da crescente inserção de produção orgânica no mercado, inclusive modificações do próprio mercado consumidor: aumento de número de consumidores e exigências do mercado quanto às técnicas de produção e diversidade de produtos, sendo um desafio aos agricultores. Dentro do projeto, foi realizada detecção de problemas e capacitação de agricultores, visando a eliminação de intermediários (que controlam preços e datas de entrega), aumento da autonomia e qualidade de vida de agricultores, oferecendo preços acessíveis aos consumidores. Como resultados do projeto, observou-se que parte da produção está sendo direcionada às feiras (divisão com PAA, PNAE, intermediários e supermercados). Houve melhora no contato consumidor-agricultor, pois através da proximidade que a feira proporciona, é possível o diálogo que aborda exigencias do consumidor, ao mesmo tempo que o produtor pode explicar limitações da produção (como clima e sazonalidade).

3° trabalho apresentado:

Estudo sobre o PAA no Vale do Ribeira, em Rio Branco do Sul, projeto o qual realizou a capacitação de agricultores, objetivando a construção mútua de saberes e desenvolvimento da agricultura familiar. Durante a apresentação,  vários pontos assemelham-se ao projeto Plantar, Colher, Comer e Nutrir, no que diz respeito ao panorama de organização dos agricultores e limitações do projeto, como dificuldade de informações chegarem aos agricultores, noção superficial sobre o funcionamento, regras básicas e a própria execução do programa, dificuldade em produzir em quantidade suficiente para o PAA, desconhecimento das entidades que recebem os alimentos, falta de reconhecimento político, entrave no processo entre agricultores e gestores públicos municipais e dificuldade no planejamento da produção. Apesar disso, houve ampla aceitação do programa por parte dos produtores, os quais relataram a contribuição do projeto para a volta do homem à terra, oferecendo uma oportunidade de renda fixa através da produção familiar, algo que não ocorria anteriormente, sendo o PAA uma ferramenta que contribui para o aumento da qualidade de vida, produção orgânica e conexão entre agricultores e órgãos públicos. 

4° trabalho apresentado

Apresentado por uma zootecnista, que estudou a interação da podução animal com a produção vegetal em propriedades de agricultores familiares ecológicos. O contexto apresentado foi o da Revolução Verde, a qual acarretou fatores prejudiciais para o pequeno agricultor, que sofre diretamente as desigualdades sociais causadas por essas modificações estruturais na produção de alimentos. A partir dessa problemática, apontou-se o aumento de estudos e iniciativas para produção sustentável, comércio justo e SAN, procurando o desenvolvimento de diferentes lógicas de gestão e estratégias de produção, como a troca entre agricultura e pecuária. Houve, na pesquisa, uma análise da interação entre produção animal e vegetal, através do acompanhamento dos trabalhos realizados nas propriedades, incluindo um diagnóstico geral das famílias pesquisadas: características comuns, tipo de mão de obra e utilização de equipamentos adaptados à realidade do pequeno produtor. A comercialização dos produtos foi feita através de feiras e pelo fornecimento ao PAA, tendo como resultado os benefícios diretos para o produtor, pois a diversidade de elementos na produção dá mais diversidade ao cosumo alimentar da própria família, além de haver entre as duas produções uma sustentabilidade, pela troca de materiais de compostagem e biofertilizantes. Com isso, há um manejo integrado de recursos (diminuindo o custo para o pequeno agricultor) diversidade de culturas e criações, preocupação com o meio ambiente e autonomia da família em relação ao mercado, dando meios alternativos para o incentivo da permanência do camponês no meio rural.

5° trabalho apresentado

Estudo realizado em um pré-assentamento, com o desenvolvimento de agroecologia sem nenhum tipo de incentivo financeiro (via Pronaf), feita e inserção no PAA e feiras. Lógicas de resistência e reprodução diferenciadas foram as fortes características do campesinato identificadas no grupo, com uma articulação dialética de comercialização, práticas de reciprocidade, através de ajuda mútua e construção de espaços e equipamentos coletivos. As dificuldades encontradas foram relacionadas a questões climáticas, resistências internas à agroecologia em assentamentos e movimentos sociais, havendo conflitos e contradições dentro do próprio movimento, muitas vezes por falta de informação e capacitação dos agricultores. Pela organização em sindicatos e cooperativas, modifica-se a relação com o mercado e questões internas, como diversidade de produção para o auto consumo, tema comum exposto em diversos trabalhos.

6° trabalho apresentado

Baseada na lei 11 947, o estudo apontou as novas diretrizes do PNAE e agricultura familiar: importância da intersetorialidade para implantação e execuções eficientes, buscando ações que motivassem o cumprimento das diretrizes. Para que haja êxito na execução, é preciso  diálogo entre sociedade civil e órgãos públicos, atuação dos conselhos municipais  e comprometimento de todos os setores envolvidos, para que ocorra o desenvolvimento social, econômico e cultural, meta proncipal das políticas públicas. O objetivo do trabalho foi analisar o desempenho intersetorial no desenvolvimento do PNAE, sendo apresentados como resultados os números: 67% dos municipios realizaram chamada pública para compra e concluiram a compra, enquanto que 16,5% apenas fez chamada pública, mas não concluiu o processo de compra da agricultura familiar. Apenas 1 município pesquisado adquiriu os 30% ou mais previstos na lei 11 947, 4 municípios adquiriram entre 20 e 29%, indicando que, no total, menos de 10% dos recursos do FNDE foram utilizados para a compra da agricultura familiar local. Observou-se a centralização de responsabilidades, onde em 83% dos casos, a Secretaria Municipal de Educação ficou responsável pelo processo de compra, havendo baixíssima participação de agricultores (em apenas 3 municípios). Os dados apontam os desafios a serem enfrentados: dificuldade de divulgar amplamente a legislação e seu conteúdo; necessidade de mobilização e controle social; organização dos agricultores no que diz respeito à produção, processamento e entrega dos produtos.

7° trabalho apresentado

O trabalho realizado teve como tema o mapeamento social de agroecologistas da região centro-sul do Paraná, sendo uma estratégia para fortalecimento da participação dos produtores no processo de transformação da realidade atual, aumentando a visibilidade da agroecologia. Relatos feitos por agricultores durante a pesquisa apontaram as grandes ameaças ao sucesso da agroecologia, como o setor madeireiro, fumicultura e plantação de soja, frutos do sistema latifundiário e monoculturista atual. Como resultado do mapeamento, os números levantados de agroecologistas na região centro sul foram muito maiores do que os dados oficiais obtidos em pesquisas do governo. 64% dos entrevistados não faz parte de nenhum grupo ou organização, o que deixa evidente os desafios a serem enfrentados, começando pelo reconhecimento e localização de produtores agroecológicos, proporcionando dados reais a orgãos responsáveis pela implantação de políticas públicas, de maneira efetiva.


Por Daniella Schuarts

Assentamento São Joaquim (22/10/11)



A reunião teve início pela manhã, na casa de uma das agricultoras do assentamento. O grupo reunido foi formado por agricultoras de diferentes associações: Grupo São Pedro, Gaiasol e Estrela Azul, alguns organizados há mais tempo e outros ainda em fase de desenvolvimento de projetos para construção de cozinhas comunitárias. Após apresentação de cada uma, foi abordado o tema da Segurança Alimentar e Nutricional, e a inclusão das agricultoras em programas como PAA e PNAE. Todas possuem DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) e  fornecem para o PAA, mas desconheciam os valores superiores do fornecimento ao  PNAE (o dobro do pagamento do PAA: de 4500 reais/ano para 9000 reais/ano para cada agricultor), sendo discutidas as possibilidades de crescimento de produção e melhoria na renda familiar, através da organização da produção, planejamento de safra e beneficiamento dos alimentos. Colocou-se em pauta a importância do papel dos pequenos agricultores na melhoria da alimentação escolar, muitas vezes sendo os consumidores da merenda os próprios filhos e netos das associadas. Muitas relataram sua preocupação com a permanência dos jovens no campo, encontrando, na inserção a esses programas, um incentivo para o interesse dos mais novos em haver uma continuidade do negócio dos pais. As mulheres pretendem fornecer produtos de panificação, massas e compotas de frutas, e, para um projeto futuro, como próximo passo, construir uma infra estrutura necessária para a produção de derivados do leite, como iogurtes e queijos, sendo algo que exige maior investimento em maquinários e tecnologias de produção. Esta demanda por derivados do leite nos encaminha para uma nova etapa de planejamento, para que possamos desenvolver materiais que orientem, de maneira clara e objetiva, sobre as particularidades desse tipo de produção, sendo algo promissor, pois o grupo Estrela Azul já realiza a produção leiteira e fornece para algumas empresas. Após a pausa para o almoço, teve início a segunda etapa da visita, sobre Boas Práticas de Fabricação de alimentos, abordando dúvidas frequentes sobre diversos assuntos relativos ao armazenamento, higienização e conservação de produtos. Houve grande participação do grupo, uma oficina em forma de conversa onde todas tiveram oportunidade de falar e questionar sobre dúvidas, levando a informação de maneira leve e gostosa. Ao final da reunião, a maioria deu seu relato do que achou do dia e das discussões, sendo muito satisfatório e animador pela receptividade com que fomos recebidas e a impressão de que os grupos realmente querem crescer, empreender e tornarem-se cada vez mais autônomos em seus negócios. Como reclamação recorrente em várias comunidades, na reunião do assentamento São Joaquim falou-se muito das dificuldades da vida no campo pela falta de investimentos do governo em infra-estrutura básica, mostrando o estado de decadência das vias (se é que podem ser chamadas de estradas) que levam às comunidades, prejudicando o transporte escolar e de produtos fornecidos ao PAA. Isso evidencia um dos desequilibrios encontrados nas estruturas economico-sociais do país, que levam a vários fatores que dificultam a vida do agricultor familiar.

Por Daniella Schuarts

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Faxinal do Salso, Quitandinha - PR

Ao chegarmos na comunidade faxinalense do Salso, organizou-se a reunião entre os moradores e nós, visitantes. O registro integral das discussões foi feito com uma câmera filmadora, o que possibilita a obtenção de grande quantidade de informações. Inicialmente, a conversa teve como objetivo elucidar aos agricultores e agricultoras as possibilidades de inserção em políticas e programas governamentais como o PNAE  e PAA que proporcionem o aumento da renda familiar, ressaltando o contexto e definição de DHAA e SAN, dada a grande importância desses conceitos na relação com a melhora na qualidade de vida dessa população. Notou-se grande falta de informação por partes dos moradores, pois poucos sabiam da existência de linhas de crédito oferecidas pelo governo para o financiamento e fortalecimento da agricultura familiar, como exemplo o PRONAF. Desconhecem, consequentemente,  o credenciamento a esse programa, a Declaração de Aptidão ao Pronaf e a documentação necessária para participação neste e em outros programas governamentais. Não há, por parte de qualquer entidade, preocupação em conscientizar e informar aos moradores rurais seus direitos e possibilidades de crescimento, o que agrava a atual situação do homem no campo: falta de perspectivas na melhora da qualidade de vida. Foi exposta também a  Lei Federal 11.947, a qual reserva à agricultura familiar pelo menos 30% da renda do município dirigida à merenda escolar. Foi explicitada a importância da comercialização dos alimentos produzidos, que comumente eram desperdiçados ou serviam como alimentação para os animais, inclusive a vitalidade de agregar valor a esses produtos, através de processos de melhoramento, oferecidos na oficina prática. Ao longo da reunião, os rostos surpresos transformaram-se em rostos esperançosos diante tantas possibilidades, e logo houve uma grande mobilização por parte dos moradores. Os homens reuniram-se para o planejamento de uma horta coletiva, sendo examinado o melhor local para a implantação da infra-estrutura necessária. As mulheres iniciaram a organização de uma festa junina para a arrecadar  recursos necessários à construção de um barracão, o qual abrigará uma cozinha comunitária, além de ser um local para reuniões do faxinal. Na oficina prática, foram feitas receitas previamente selecionadas, que fossem compatíveis com os alimentos produzidos pela comunidade: pão de abóbora, pão de pinhão e geléia de laranja. Houve grande interesse e participação de todos nas etapas da preparação, inclusive por já existir parte do maquinário necessário para o melhoramento da produção familiar. Ao final da tarde, a reunião concluiu-se com um café, sendo provados os pães e doces feitos por todos. A impressão que fica é de que o Faxinal do Salso possui grande potencial e perspectivas de crescimento como um todo, dado ao grande interesse demonstrados pelos moradores.
Por Daniella Schuarts

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Da motivação a união

Município: Teixeira Soares
Comunidade: São Joaquim 

   No dia 20 de agosto, visitamos o assentamento do MST (Movimento dos Sem Terra) em São Joaquim que existe há 24 anos. A maioria das famílias estava presente durante a ocupação, porém outras chegaram alguns meses depois.
A ASSIS (Associação dos Grupos de Agricultura Ecológica São Francisco de Assis) realiza um trabalho com 70 famílias da comunidade, a qual se dividem em 3 grupos chamados de Estrela Azul, GAESOL (Grupo de Agricultores Ecológicos do Sol da Liberdade) e São Pedro. Fazem 8 anos eles mudaram da produção convencional para agroecológica. Com a ajuda da ASSIS os grupos Estrela Azul e GAESOL possuem projeto podendo assim comercializar seus produtos para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), apenas o grupo São Pedro ainda não possui projeto, pelo fato de ter sido criado depois dos outros grupos, o que inviabiliza a venda de seus produtos para o PAA. Ambos já dispõem da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). 
A riqueza de alimentos produzidos é um ponto forte da comunidade, são eles: amora, pêssego, laranja, ameixa, mexerica, uva do Japão, pepino, abobrinha, abóbora, mandioca, batata-doce, inhame, feijão, milho, quiabo, pimentão, tomate, cenoura, couve, alface, mostarda, repolho, couve-flor, brócolis, almeirão, rúcula, vagem, chuchu, alho, salsinha, cebolinha, espinafre. Foi relatado um grande interesse em aprender a fazer: doces, geléia de amora, conservas (principalmente de milho), massa de tomate, pães enriquecidos, doce de leite e outros derivados de leite.
 Alguns agricultores fabricavam e entregavam pães, bolachas e macarrão, contudo a produção teve que parar, pois eles não possuem uma cozinha que seja adequada às normas da ANVISA. Devido a isto à produção foi inviabilizada, fazendo com que se perdesse a união que existia entre eles.
    Muitas pessoas haviam sido informadas do encontro, no entanto poucas pessoas compareceram para a conversa que Islandia conduziu explicando o intuito do Projeto. No início as pessoas estavam acanhadas, mas conforme se seguiu o diálogo começaram a interagir e a expressar suas opiniões. Apesar de meio inseguros por não saber ao certo do que se tratava, ao final da conversa foi observado um bom interesse dos agricultores presentes em participar do projeto, pois eles mesmos relataram que talvez seja essa a chance de unir mais os grupos e buscar melhorias para todos. De modo que o tempo utilizado para esta conversação foi estendido, e não achando conveniente a apresentação de Boas Práticas de Fabricação (BPF) esta foi deixada para o próximo encontro considerando assim que será mais bem compreendida e útil.
Após a oficina no caminho de volta para Curitiba com o pôr-do-sol a iluminar nossos olhos e pensamentos, ainda refletindo sobre os acontecimentos do dia estávamos a nos questionar sobre os reais motivos da desmotivação encontrada no assentamento. As conclusões as quais chegamos foram estas: Será que a sensibilização feita a estas pessoas esta sendo de forma adequada? Ou será que esta se impondo a presença do projeto? Durante estes 24 anos de assentamento houveram outros projetos desenvolvidos que de alguma maneira deixaram uma bagagem de decepções e desilusões?.
Tantos questionamentos e tão vagas respostas. Mas a resposta que gostaríamos é: A sensibilização esta sendo feita de forma consciente e sem pressão para que a participação dos agricultores no projeto seja sincera e espontânea. Que eles mesmos possam ver, crer e sentir que a semente que estamos tentando plantar hoje pode levar um tempo para dar frutos, mas se não for pra que eles sejam colhidos por nós então que sejam por aqueles que viram.
Por Adriella Camilla Furtado e Sandy Souza

"Nenhum minuto é perdido."

Município: Rio Azul
Comunidade: Beira-Linha

       Apesar da chuva contínua e das dificuldades com os quais nos deparamos nesta sexta feira (19/08/2011), em nós estava à semente da esperança de que tudo daria certo, pela perseverança conseguimos enfim chegar a Comunidade Beira-linha. Tivemos a grata surpresa de saber que um grupo de agricultoras da comunidade havia começado a processar e comercializar alguns produtos (cuca – pão doce, pão, espera marido – bolinho doce e bolacha) para a vizinhança. Estávamos lá com o intuito de realizar a segunda etapa do projeto: o Processamento de Alimentos. E esta novidade nos deixou ainda mais animadas.
       Na cozinha comunitária existe uma infra-estrutura bastante razoável com vários utensílios: cilindro, balança digital, fogão industrial, mesas com superfície em inox, embaladora a vácuo, além disso, mesmo não dispondo de recursos para maiores investimentos, as pessoas usam da sua criatividade para cumprir com as exigências (como substituir a utilização de um rolo de macarrão por uma garrafa de vidro).
       Durante a tarde as agricultoras, auxiliadas pelas acadêmicas, realizam as seguintes preparações: doce de batata-doce, bolacha de cenoura, pão de mandioca, pão de abóbora e sementes de abóbora torradas com a ajuda de todas as agricultoras presentes. A princípio seriam feitas apenas duas receitas, mas ao consultar as agricultoras sobre quais gostariam de preparar, empolgadas disseram: “Todas!!!”. Superando as expectativas, prontamente se mobilizaram e tão logo já estavam com as mãos na massa.
       A elaboração das receitas é sempre criada de forma a se utilizar o mínimo de utensílios possíveis ou os mais comuns, pois nunca sabemos quais serão os equipamentos encontrados nas comunidades. Apesar de possuírem um cilindro, as agricultoras optaram por proceder da mesma maneira com a qual as receitas haviam sido testadas, pois argumentaram que se utilizassem o cilindro precisariam acrescentar mais farinha modificando assim a receita original. No entanto nos deparamos com a falta de um rolo de macarrão para abrir a massa, e no improviso elas usaram uma garrafa de vidro e um pedaço de madeira em forma de cilindro. Neste momento as alunas entraram em um conflito interno, por que ficaram na dúvida se esta atitude seria higienicamente correta, entretanto deu-se continuidade a prática sem delongas. Contudo foi salientado que para vender os produtos este improviso não poderia ser repetido por não ser seguro a saúde do consumidor.
       Todas as receitas ficaram ótimas com a exceção do pão de abóbora, que por um erro das duas acadêmicas que não pesaram as 9 gramas de sal, mas apenas seguiram a cartilha (feita pelas mesmas) que continha um equivoco ao indicar que este peso corresponderia a 4 colheres (sopa) rasa, sendo na realidade equivalente a 1 colher (sopa) rasa acabou ficando mais salgado do que o esperado. Ao final da oficina surgiram alguns questionamentos, por parte das agricultoras e agricultores, muito interessantes como a substituição da cenoura por beterraba ou couve, para que a bolacha fique colorida e esse seja mais um ponto forte pra sua utilização na alimentação escolar. Ao que diz respeito sobre o doce de batata-doce foi sugerido por uma das agricultoras que este poderia ter ficado mais tempo no fogo tornando-se mais consistente (doce de corte).
       Foram deixadas apenas 2 copias da cartilha de Processamento de Alimentos (Módulo 2) com as agricultoras, pois devido a imprevistos não pudemos fazer as demais copias.
     Finalizamos a oficina com um momento no qual quem desejasse poderia fazer alguma consideração do dia, a frase mais interessante foi: “Nenhum minuto é perdido, porque apesar destes passarem e não poderem voltar o que se aprendeu enquanto estes iam passando, se leva para vida toda”.

Por  Adriella Camilla Furtado e Sandy Souza

terça-feira, 7 de junho de 2011

Unicentro

     Durante todo o dia (3 de junho) foram ministradas palestras, iniciadas pela Islandia, apresentando as programas PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).
      A segunda palestra foi apresentada por José Antônio Marfil que apresentou a Rede de agroecologia ECOVIDA. Marfil mostrou as áreas de atuação da ECOVIDA, que são: os núcleos regionais; os grupos e associações; as feiras ecológicas; as ONGs e a comercialização. Enfatizou a ideia que Islândia já havia citado: “O produto é considerado alimento e não mercadoria”.  Marfil também citou as diferenças entre os produtos agroecológicos que não atendem ao padrão pré-estabelecido pelos supermercados, porém, não deixa a desejar, muito pelo contrário, em nutrientes, qualidade e segurança do alimento que é consumido.
     Mostrou que dentre os produtos comercializados na rede apenas 20% correspondem aos processados. Marfil explica que a baixa porcentagem ocorre devido a embaces com a Anvisa.
      Mencionou o intercâmbio e circulação dos produtos realizados entre os agricultores a fim de suprir todas as suas necessidades alimentares sem precisar, ou recorrer ao mínimo o supermercado.
     Na parte da tarde, a nutricionista Andréia Perussolo apresentou: “Situação do atual do PAA - na região centro-sul”. A apresentação consistiu numa exposição dos dados referentes ao PAA. Uma informação importante revelada pela nutricionista foi que dos 13 municípios que preencheram o questionário, utilizado para a obtenção dos dados, apenas um deles adquiriu os 30% em produtos da agricultura familiar.

Município: Rebouças
Comunidade: Marmeleiros
      No dia seguinte, pela manhã, houve uma conversa com os agricultores sobre os alimentos plantados em suas propriedades e um cadastramento realizado pela profª Islandia, o qual continha o que se plantava em cada propriedade, a época e a quantidade colhida. A coleta teve como objetivo auxiliá-los quanto aos produtos que poderão ser vendidos para o PNAE. A realização do cadastro teve como finalidade auxiliar os agricultores para participarem da licitação do PNAE que ocorrerá em agosto

     Um fato curioso e preocupante visto nessa conversa da manhã foi que os agricultores acreditam estar vendendo seus produtos para o PNAE, mas na verdade, revendem seus produtos para o PAA. O fato preocupante foi que eles fazem certa confusão quanto aos programas, e isso pode prejudicá-los quanto à verba recebida em cada projeto, devido a diferença de um projeto para o outro ser o dobro. O que foi proposto frente a tal confusão foi a ida de Islandia à rádio (por ser um meio de comunicação muito utilizado e que poderá atingir o maior número de pessoas possível) para elucidar as dúvidas referentes ao PAA e PNAE.
     Quanto aos alimentos plantados, o que se destaca é a abóbora moganga. Os agricultores afirmam que apesar de ser de fácil plantio e boa produção, ocupa muito espaço na plantação por ser rasteira, além de ter pouca aceitação no mercado devido às dificuldades no preparo. O que foi proposto foi o desenvolvimento de preparações culinárias que estimulem o consumo dessa abóbora, proporcionando também a agregação de valor no alimento já processado.
    Os produtos plantados que no dia foram expostos foram: chuchu, amendoim, abóbora (menina e moganga), pinhão e laranja.
        Após o almoço teve continuidade o cadastramento (demorado, pois foi realizado com cada agricultor). As oficinas de processamento foram de geléia de laranja e pão de pinhão. As agricultoras, assim como os agricultores, acompanharam as oficinas e inclusive ajudaram na preparação do pão. Ao final da oficina todos provaram o pão com a geléia.
Por Cinthia Corrêa e Sandy Souza.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Grandes Experiências

Município: Quitandinha.
Comunidade: Salso.
        Quem está de fora e se depara com a cultura faxinalense, acredita que este povo é apenas um povo típico paranaense que luta por causas perdidas. Porém, muito pelo contrário, os faxinalenses representam uma forma de resistência e luta em prol de seu povo e da continuidade de sua típica cultura ao longo das gerações.
        Sofrem com o descaso das autoridades e com a indiferença do poder público.
       Apesar da existência de leis que garantem e reconhecem a comunidade faxinalense como um povo e cultura tipicamente paranaense, ocorre a descaracterização da cultura e do território. Com isso, existe a necessidade de mobilização da população faxinalense com o intuito de reinvidicar seus direitos, supostamente defendidos por leis estaduais, de um maior espaço e reconhecimento dos faxinais.
       A opressão e divisão social no município são comuns. Há dois grupos distintos: aqueles que defendem e lutam pelos faxinais e aqueles contra esta cultura. Além dos defensores não poderem contar com o apoio municipal, sofrem ameaças por aqueles contrários ao movimento. Apesar de todo esse movimento contra os faxinais, a união e o apoio entre os companheiros do movimento estão presentes como uma forma de resistência.
      Muitos moradores faxinalenses residem na comunidade desde nascidos, por isso há a necessidade da preservação dessa cultura típica de um pedaço do Paraná, pois eles fazem parte da história de um povo encontrado apenas no estado e possuem características singulares dentre os outros povos típicos do país.
          Localizada no município de Quitandinha, Salso, comunidade faxinalense, contém mais de 50 famílias, e há aproximadamente 6 anos foi reconhecida como Faxinal, entretanto, tem moradores nascidos e criados lá há mais de 70 anos.
      Salso está integrada ao núcleo Mandirituba - Quitandinha, juntamente com outras comunidades faxinalenses. Possui este nome devido à presença, antigamente, de árvores chamadas Salso. Eram abundantemente encontrados no território, sendo que atualmente são inexistentes ou raramente encontradas.
         Com relação a produtos típicos do faxinal, foram citados alimentos como: banana, laranja, batata doce, xuxu, aipim, pinhão, abóbora, repolho e outros.
        Durante a manhã ocorreu a apresentação do projeto e nossa apresentação. Foi discutida a atual situação dos faxinais. A apresentação dos conceitos de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
      O envolvimento com os moradores foi muito bom e o andamento da discussão foi agradável e proveitosa. Mesmo porque, foi uma troca de conhecimento e informações.
         Os presentes eram todos homens, pois as mulheres estavam preparando o almoço. O almoço foi realizado com produtos 90 % do Faxinal. 90 % porque apenas o arroz foi comprado no mercado. Todos os produtos produzidos lá têm um gosto e sabor singular. Como Rebekka disse: “A banana tem gosto de banana”. Do suco de laranja ao frango, a origem era Salso.
       Antes da apresentação da palestra sobre Boas Práticas de Fabricação, Islandia apresentou a lei sobre alimentação escolar e questionou os faxinalenses sobre qual é a vontade de envolvimento com essa lei, que afinal de contas, é um direito deles que se deve fazer valer. A conversa durou por volta de 2 horas.
     A apresentação de Boas Práticas de Fabricação foi conduzida por Cinthia e Rebekka. Sempre como uma conversa, um assunto, perguntas, troca de informação. A apresentação teve que ser interrompida antes do término porque os representantes faxinalenses tinham compromisso.
     Despedimos-nos de todos, que foram muito receptivos, e por volta das 17 horas retornamos à Curitiba.
Por Cinthia Corrêa e Rebekka Dietsche.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mudar é possível.

Município: Rio Azul
Comunidade: Beira Linha            
       Muitos agricultores do município são “escravos” da Fumicultura. A indústria fumageira que induz estes agricultores a plantarem o fumo chega com promessas de prosperidade e facilidade de produção. Mas apesar da comodidade que num primeiro momento engana aos produtores, pois logicamente a empresa faz de tudo para convencê-los: trazem a semente para plantação, os inseticidas, fungicidas, adubos e muitas outras ilusórias facilidades. Umas delas é a garantia de compra pelo mercado, mas o valor vem sendo pago é cada vez mais baixo, e a produção despende de custos muito altos, tornando-se um meio não lucrativo e muito menos saudável já que cada vez mais os fumicultores desenvolvem problemas decorrentes da utilização dos agrotóxicos na fumicultura.
         Na comunidade Beira Linha (visitada dia 07 de maio de 2011), a família Mongoni cansada desta exploração feita pela fumicultura, vendo que era insustentável continuar a plantar fumo devido aos altos custos sem retorno de lucro e principalmente pelo prejuízo a saúde devido à utilização de substâncias tóxicas no combate as pragas no fumo, fez a substituição gradual da fumicultura para a produção agroecológica. 
     Durante esta transição ocorreu à recuperação do solo, a produção predominante de legumes (olerícola) tornou-se muito mais rentável do que a fumicultura, sem contar com a melhora da qualidade de vida da família conforme relatou o produtor. Esta família serve de incentivo a outros fumicultores, mostrando-lhes que apesar de dificuldades a mudança é possível. 
       De manhã na comunidade houve um diálogo sobre o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) no qual foi explicado o que é cada um deles. Enfatizou-se também que a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) paga 30% a mais por produtos agroecológicos comparado ao valor do convencional. Na parte da tarde foram passadas informações sobre Boas Práticas de Fabricação para os agricultores, alguns já tinham noção sobre o assunto devido a cursos realizados.
      Alimentos produzidos na comunidade: Laranja, pêra, amora, pêssego, mandioca, batata doce, tomate (dezembro, janeiro e fevereiro), pepino (dezembro, janeiro e fevereiro), vagem, cenoura, beterraba, brócolis, couve-flor, uva (janeiro, fevereiro), ervilha em grãos e a torta.
     Alimentos processados: Pepino em conserva, polpa de laranja congelada, vinho de mimosa, de laranja e de uva.



Por Adriella Camila Furtado e Sandy Souza.

Alimento proporcionando Saúde.


Município: Rebouças
Comunidade: Marmeleiro


No município de Rebouças (que visitamos dia 06 de maio de 2011) a produção predominante é a de feijão convencional (na qual se utiliza agrotóxico). Como a produção é em larga escala existem maquinas caríssimas que selecionam o feijão (tipo 1, 2, 3), limpam, e outras para a embalagem dos mesmos. São eficientes, pois processam muitas sacas de feijão por hora. Este meio de produção convencional, só pensa no lucro e na expansão da produção e não se importa com a saúde dos consumidores ou que impactos traz a natureza. No entanto, observamos em Rebouças na comunidade de Marmeleiro um meio de produção agroecológico o qual respeita o meio ambiente por não esgotar seus recursos naturais e se preocupa com a vida, por que tem a consciência de que o alimento que produzem para o consumidor tem o poder de proporcionar saúde.
Os agroecologistas de Marmeleiro estão em busca do resgate da utilização das sementes crioulas que são as nativas, sem modificações genéticas, são as consideradas por eles como “sementes fortes”, pois a cada colheita geram uma produção maior ao contrário das sementes transgênicas que produzem apenas uma vez, ou seja, suas sementes produzidas se replantadas já não geram uma produção satisfatória. Isto é claro, pois os interesses das multinacionais que vendem estas sementes transgênicas devido às chamadas patentes fazem os agricultores a cada nova produção ter de comprar novas sementes, que só tem um bom desenvolvimento com o auxilio da utilização de agrotóxicos ao contrário da produção das sementes crioulas livre destes produtos químicos. Eles conquistaram durante 1ano a formação de um banco de sementes crioulas com 82 tipos de feijão e 73 tipos de milho.
Conhecemos Acir Túlio, membro da comunidade, presidente da associação faxinalense e agroecologista há 13 anos. Vende seus produtos ao PAA e para o PNAE. Na comunidade existe um grupo intitulado “Aprendizes da Sabedoria” são pessoas que cultivam plantas que consideram ter efeitos medicinais.
Vendem para o PAA e para o PNAE: verduras (a maioria da venda), cebolinha, mimosa, amendoim, pêssego, laranja, cuca, pão, bolo, doce de abóbora (gila), batata doce.
Produzem: Crem (raiz forte), açafrão (fiquei na duvida se não é cúrcuma), gengibre, alecrim, manjerona, orégano, batata cara, vagem cumprida, beterraba, chuchu, cenoura, pêssego, jabuticaba, guabirroba, pitanga, cereja, mandioca, batata doce, abóbora (gila, mogango, pescoço), nhame, pinhão, feijão, milho crioulo, banana (pouca produção), tomate, leite, limão cebolinha.
Por Adriella Camila Furtado e Sandy Souza

domingo, 10 de abril de 2011

Primeiro Encontro com Agroecologistas e Faxinalenses

Município: Turvo.
Comunidade: Saudade.


Diante de uma realidade totalmente diferente do meio urbano no dia 08/04/2011 tivemos o primeiro encontro com agricultores no Faxinal de Saudade localizado em Turvo. Durante a ida para a comunidade através de diálogos interdisciplinares fomos descobrindo como funciona um sistema faxinalense, a importância da agroecologia, isto tudo em meio a paisagens tristes compostas por plantações de monocultura (principalmente de soja, pinus e eucaliptos) aliadas a um domínio assustador de terras por grandes fazendeiros.

Muitos hectares das terras faxinalenses foram sendo perdidos para os grandes fazendeiros com as desculpas do agronegócio e do desenvolvimento. Entretanto os faxinalenses cada vez mais estão tomando posse ou pelo menos lutando por seus direitos e buscando preservar o que já tem. Por defenderem a vida também, além de faxinalenses são agroecologistas em razão de terem a consciência de que o alimento por eles produzidos leva a vida às pessoas já que não utilizam agrotóxicos pelo fato de considerarem estes venenos, que realmente o são.
Ao chegarmos à comunidade fomos acolhidos com imenso carinho. A reunião iniciou-se com a realização de uma reflexão, por meio da mística conduzida pelos faxinalenses, realizamos uma dinâmica de apresentação na qual cada agricultor dizia seu nome e um alimento com o qual se identificava e o porquê, a maioria dos alimentos citados eram aqueles que os próprios agricultores produziam. Segui-se com uma conversa a respeito do sistema faxinalense iniciado por Oswaldo e com a interação dos faxinalenses que explicavam o que é o faxinal com suas palavras simples de fácil compreensão demonstravam pelo jeito de falar como o faxinal é importante para eles, é a vida daqueles agricultores, é um valor passado de geração a geração. O faxinal é um pedaço de terra onde esses moradores que fazem parte d comunidade tem um criador comum, ou seja, é um lugar onde não existem barreiras para a plantação e para a criação de cada agricultor familiar, não existem cercas, palanques, dividindo nada a terra é usada por todos o que impera no faxinal não é o individualismo mas sim o cuidado, a amizade, a igualdade, a solidariedade, a preservação da mata, e como agroecologistas o cultivo dos alimentos sem o uso de agrotóxicos.

Na parte da tarde foram passadas informações aos moradores sobre o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) por experiências reais sobre o assunto Andréia nutricionista do município de Inácio Martins guiou este momento da reunião. Também se realizou a abordagem sobre Boas Práticas de Fabricação (BPF) pela nutricionista Camila Sampaio da UFPR, e houve a finalização com um quis a respeito do que havia sido explicado sobre BPF perante o qual os agricultores interagiram dando as respostas.


Alimentos produzidos na comunidade de Saudade:
Pinhão, Abóbora (excedente), Laranja, Mandioca, Alface, Couve, Chuchu, Pêssego, Pêra, Figo, Leite e Beterraba.

O que eles já processam: 
Biscoito, Pão, Cuca, Cangainha (Joelinho-salgado), Compotas de pêssego, pêra e figo. Queijo, conserva de pepino, cenoura, beterraba, doce de leite, requeijão e manteiga.


Por Adriella Camila Furtado e Sandy Souza