Município: Rio Azul
Comunidade: Beira-Linha
Apesar da chuva contínua e das dificuldades com os quais nos deparamos nesta sexta feira (19/08/2011), em nós estava à semente da esperança de que tudo daria certo, pela perseverança conseguimos enfim chegar a Comunidade Beira-linha. Tivemos a grata surpresa de saber que um grupo de agricultoras da comunidade havia começado a processar e comercializar alguns produtos (cuca – pão doce, pão, espera marido – bolinho doce e bolacha) para a vizinhança. Estávamos lá com o intuito de realizar a segunda etapa do projeto: o Processamento de Alimentos. E esta novidade nos deixou ainda mais animadas.
Na cozinha comunitária existe uma infra-estrutura bastante razoável com vários utensílios: cilindro, balança digital, fogão industrial, mesas com superfície em inox, embaladora a vácuo, além disso, mesmo não dispondo de recursos para maiores investimentos, as pessoas usam da sua criatividade para cumprir com as exigências (como substituir a utilização de um rolo de macarrão por uma garrafa de vidro).
Durante a tarde as agricultoras, auxiliadas pelas acadêmicas, realizam as seguintes preparações: doce de batata-doce, bolacha de cenoura, pão de mandioca, pão de abóbora e sementes de abóbora torradas com a ajuda de todas as agricultoras presentes. A princípio seriam feitas apenas duas receitas, mas ao consultar as agricultoras sobre quais gostariam de preparar, empolgadas disseram: “Todas!!!”. Superando as expectativas, prontamente se mobilizaram e tão logo já estavam com as mãos na massa.
A elaboração das receitas é sempre criada de forma a se utilizar o mínimo de utensílios possíveis ou os mais comuns, pois nunca sabemos quais serão os equipamentos encontrados nas comunidades. Apesar de possuírem um cilindro, as agricultoras optaram por proceder da mesma maneira com a qual as receitas haviam sido testadas, pois argumentaram que se utilizassem o cilindro precisariam acrescentar mais farinha modificando assim a receita original. No entanto nos deparamos com a falta de um rolo de macarrão para abrir a massa, e no improviso elas usaram uma garrafa de vidro e um pedaço de madeira em forma de cilindro. Neste momento as alunas entraram em um conflito interno, por que ficaram na dúvida se esta atitude seria higienicamente correta, entretanto deu-se continuidade a prática sem delongas. Contudo foi salientado que para vender os produtos este improviso não poderia ser repetido por não ser seguro a saúde do consumidor.
Todas as receitas ficaram ótimas com a exceção do pão de abóbora, que por um erro das duas acadêmicas que não pesaram as 9 gramas de sal, mas apenas seguiram a cartilha (feita pelas mesmas) que continha um equivoco ao indicar que este peso corresponderia a 4 colheres (sopa) rasa, sendo na realidade equivalente a 1 colher (sopa) rasa acabou ficando mais salgado do que o esperado. Ao final da oficina surgiram alguns questionamentos, por parte das agricultoras e agricultores, muito interessantes como a substituição da cenoura por beterraba ou couve, para que a bolacha fique colorida e esse seja mais um ponto forte pra sua utilização na alimentação escolar. Ao que diz respeito sobre o doce de batata-doce foi sugerido por uma das agricultoras que este poderia ter ficado mais tempo no fogo tornando-se mais consistente (doce de corte).
Foram deixadas apenas 2 copias da cartilha de Processamento de Alimentos (Módulo 2) com as agricultoras, pois devido a imprevistos não pudemos fazer as demais copias.
Finalizamos a oficina com um momento no qual quem desejasse poderia fazer alguma consideração do dia, a frase mais interessante foi: “Nenhum minuto é perdido, porque apesar destes passarem e não poderem voltar o que se aprendeu enquanto estes iam passando, se leva para vida toda”.
Por Adriella Camilla Furtado e Sandy Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário