Município: Quitandinha.
Comunidade: Salso.
Quem está de fora e se depara com a cultura faxinalense, acredita que este povo é apenas um povo típico paranaense que luta por causas perdidas. Porém, muito pelo contrário, os faxinalenses representam uma forma de resistência e luta em prol de seu povo e da continuidade de sua típica cultura ao longo das gerações.
Sofrem com o descaso das autoridades e com a indiferença do poder público.
Apesar da existência de leis que garantem e reconhecem a comunidade faxinalense como um povo e cultura tipicamente paranaense, ocorre a descaracterização da cultura e do território. Com isso, existe a necessidade de mobilização da população faxinalense com o intuito de reinvidicar seus direitos, supostamente defendidos por leis estaduais, de um maior espaço e reconhecimento dos faxinais.
A opressão e divisão social no município são comuns. Há dois grupos distintos: aqueles que defendem e lutam pelos faxinais e aqueles contra esta cultura. Além dos defensores não poderem contar com o apoio municipal, sofrem ameaças por aqueles contrários ao movimento. Apesar de todo esse movimento contra os faxinais, a união e o apoio entre os companheiros do movimento estão presentes como uma forma de resistência.
Muitos moradores faxinalenses residem na comunidade desde nascidos, por isso há a necessidade da preservação dessa cultura típica de um pedaço do Paraná, pois eles fazem parte da história de um povo encontrado apenas no estado e possuem características singulares dentre os outros povos típicos do país.
Localizada no município de Quitandinha, Salso, comunidade faxinalense, contém mais de 50 famílias, e há aproximadamente 6 anos foi reconhecida como Faxinal, entretanto, tem moradores nascidos e criados lá há mais de 70 anos.
Salso está integrada ao núcleo Mandirituba - Quitandinha, juntamente com outras comunidades faxinalenses. Possui este nome devido à presença, antigamente, de árvores chamadas Salso. Eram abundantemente encontrados no território, sendo que atualmente são inexistentes ou raramente encontradas.
Com relação a produtos típicos do faxinal, foram citados alimentos como: banana, laranja, batata doce, xuxu, aipim, pinhão, abóbora, repolho e outros.
Durante a manhã ocorreu a apresentação do projeto e nossa apresentação. Foi discutida a atual situação dos faxinais. A apresentação dos conceitos de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
O envolvimento com os moradores foi muito bom e o andamento da discussão foi agradável e proveitosa. Mesmo porque, foi uma troca de conhecimento e informações.
Os presentes eram todos homens, pois as mulheres estavam preparando o almoço. O almoço foi realizado com produtos 90 % do Faxinal. 90 % porque apenas o arroz foi comprado no mercado. Todos os produtos produzidos lá têm um gosto e sabor singular. Como Rebekka disse: “A banana tem gosto de banana”. Do suco de laranja ao frango, a origem era Salso.
Antes da apresentação da palestra sobre Boas Práticas de Fabricação, Islandia apresentou a lei sobre alimentação escolar e questionou os faxinalenses sobre qual é a vontade de envolvimento com essa lei, que afinal de contas, é um direito deles que se deve fazer valer. A conversa durou por volta de 2 horas.
A apresentação de Boas Práticas de Fabricação foi conduzida por Cinthia e Rebekka. Sempre como uma conversa, um assunto, perguntas, troca de informação. A apresentação teve que ser interrompida antes do término porque os representantes faxinalenses tinham compromisso.
Despedimos-nos de todos, que foram muito receptivos, e por volta das 17 horas retornamos à Curitiba.
Por Cinthia Corrêa e Rebekka Dietsche.