Durante todo o dia (3 de junho) foram ministradas palestras, iniciadas pela Islandia, apresentando as programas PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).
A segunda palestra foi apresentada por José Antônio Marfil que apresentou a Rede de agroecologia ECOVIDA. Marfil mostrou as áreas de atuação da ECOVIDA, que são: os núcleos regionais; os grupos e associações; as feiras ecológicas; as ONGs e a comercialização. Enfatizou a ideia que Islândia já havia citado: “O produto é considerado alimento e não mercadoria”. Marfil também citou as diferenças entre os produtos agroecológicos que não atendem ao padrão pré-estabelecido pelos supermercados, porém, não deixa a desejar, muito pelo contrário, em nutrientes, qualidade e segurança do alimento que é consumido.
Mostrou que dentre os produtos comercializados na rede apenas 20% correspondem aos processados. Marfil explica que a baixa porcentagem ocorre devido a embaces com a Anvisa.
Mencionou o intercâmbio e circulação dos produtos realizados entre os agricultores a fim de suprir todas as suas necessidades alimentares sem precisar, ou recorrer ao mínimo o supermercado.
Na parte da tarde, a nutricionista Andréia Perussolo apresentou: “Situação do atual do PAA - na região centro-sul”. A apresentação consistiu numa exposição dos dados referentes ao PAA. Uma informação importante revelada pela nutricionista foi que dos 13 municípios que preencheram o questionário, utilizado para a obtenção dos dados, apenas um deles adquiriu os 30% em produtos da agricultura familiar.
Município: Rebouças
Comunidade: Marmeleiros
No dia seguinte, pela manhã, houve uma conversa com os agricultores sobre os alimentos plantados em suas propriedades e um cadastramento realizado pela profª Islandia, o qual continha o que se plantava em cada propriedade, a época e a quantidade colhida. A coleta teve como objetivo auxiliá-los quanto aos produtos que poderão ser vendidos para o PNAE. A realização do cadastro teve como finalidade auxiliar os agricultores para participarem da licitação do PNAE que ocorrerá em agosto
Um fato curioso e preocupante visto nessa conversa da manhã foi que os agricultores acreditam estar vendendo seus produtos para o PNAE, mas na verdade, revendem seus produtos para o PAA. O fato preocupante foi que eles fazem certa confusão quanto aos programas, e isso pode prejudicá-los quanto à verba recebida em cada projeto, devido a diferença de um projeto para o outro ser o dobro. O que foi proposto frente a tal confusão foi a ida de Islandia à rádio (por ser um meio de comunicação muito utilizado e que poderá atingir o maior número de pessoas possível) para elucidar as dúvidas referentes ao PAA e PNAE.
Quanto aos alimentos plantados, o que se destaca é a abóbora moganga. Os agricultores afirmam que apesar de ser de fácil plantio e boa produção, ocupa muito espaço na plantação por ser rasteira, além de ter pouca aceitação no mercado devido às dificuldades no preparo. O que foi proposto foi o desenvolvimento de preparações culinárias que estimulem o consumo dessa abóbora, proporcionando também a agregação de valor no alimento já processado.
Os produtos plantados que no dia foram expostos foram: chuchu, amendoim, abóbora (menina e moganga), pinhão e laranja.
Após o almoço teve continuidade o cadastramento (demorado, pois foi realizado com cada agricultor). As oficinas de processamento foram de geléia de laranja e pão de pinhão. As agricultoras, assim como os agricultores, acompanharam as oficinas e inclusive ajudaram na preparação do pão. Ao final da oficina todos provaram o pão com a geléia.
Por Cinthia Corrêa e Sandy Souza.